Para quem pensa que os russos "não têm tradição em animação": a produção Снежная королева (não por acaso, também uma adaptação de A rainha da neve), do diretor Lev Atamanov, abiscoitou em 1957 nada mais nada menos que a Palma de Ouro em Cannes na categoria melhor animação. Quem quiser se deleitar com esse clássico da animação, pode conferir em cópia legendada em inglês no YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=39PH16vpyXE.
sábado, agosto 31, 2013
O reino gelado
Para quem pensa que os russos "não têm tradição em animação": a produção Снежная королева (não por acaso, também uma adaptação de A rainha da neve), do diretor Lev Atamanov, abiscoitou em 1957 nada mais nada menos que a Palma de Ouro em Cannes na categoria melhor animação. Quem quiser se deleitar com esse clássico da animação, pode conferir em cópia legendada em inglês no YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=39PH16vpyXE.
Bolts & Blip: dois rôbos pirados
As aventuras de Sammy
Sammy, tartaruga-verde de 50 anos de idade, conta em flashback suas peripécias para dar a volta ao mundo, na companhia, entre encontros e desencontros, do amigo Ray e da amiga - e talvez algo mais - Shelly. As aventuras incluem a travessia pelo canal do Panamá e uma visitinha à Antártica, sempre enfrentando a poluição e a falta de consciência ecológica dos humanos, e, esporadicamente, contando com a ajuda deles. Importante nome no desenvolvimento dos filmes 3-D, o diretor belga Ben Stassen fundou em 1994 a nWave Pictures, inovadora produtora de filmes em formato IMAX. Em 2004 realizou Wild Safari, pioneiro documentário sobre vida selvagem para as gigantescas telas de IMAX. Com Os mosconautas no mundo da lua (2008), Stassen conta a história de três moscas astronautas, no primeiro filme planejado, criado e lançado apenas em 3-D. Crítico da massificação do 3-D, classifica muitos lançamentos estadunidenses como filmes "2,5-D" – quando os realizadores não se esforçam para utilizar o 3D como uma linguagem nova. No making of de As aventuras de Sammy, Ben Stasser define sua visão dos revolucionários recursos do 3-D: "Abordo o cinema 3-D como uma nova linguagem. Crio o filme de modo totalmente diferente de um filme 2-D. A experiência de assistir a um filme 3-D é bem diferente da do filme 2-D. Reagimos ao filme 2-D intelectual e emocionalmente. Com o 3-D, temos também um componente bem físico, a sensação de estar lá, o que aumenta a natureza imersiva da experiência de assistir. E para mim essa é a essência do cinema 3-D."
sábado, agosto 17, 2013
Imortais
O cineasta indiano Tarsem Singh tem poucos filmes no currículo. Bem-sucedido realizador de videoclipes (entre os quais o premiado vídeo de Losing My Religion, do R.E.M.), estreou no cinema com a ficção científica A cela (2000), voltou a dar o ar de sua graça apenas em 2006, com Dublê de anjo. Dois longas elogiados pela bizarrice dos roteiros e pela plasticidade das imagens. Imortais (2011), o terceiro filme, talvez seja o ápice de sua "marca registrada": um cinema visualmente estarrecedor, com fotografia que lembra as telas de Turner e um apuro formal que beira o exagero. Com roteiro dos irmãos Parlapanides (greco-americanos com raízes em Nova Jersey), Imortais tem o mérito (?) de ousar, ou seja, mandar a mitologia para as cucuias, usá-la como "inspiração" ou "ponto de partida" para construir um universo ficcional paralelo. Os mais puristas torcerão o nariz para as liberdades tomadas pela dupla Charles e Vlas, mas eles parecem não dar bola às críticas. Concentraram o foco em Teseu (Henry Cavill), que assiste ao Rei Hipérion (Mickey Rourke) degolar a sua mãe. Discriminado e escravizado, com a ajuda de Zeus (Luke Evans) e de outros deuses do Monte Olimpo, e o amor da pitonisa Fedra (Freida Pinto), Teseu busca a vingança e a redenção. Nas palavras dos irmãos Parlapanides, o filme é sobre "um ateu que se torna mártir" (vide http://www.alexandrosmaragos.com/2011/09/parlapanides-brothers-interview.html). Estranha estética a serviço de um texto estranho: o resultado só poderia ser estranho, mas quem disse que "estranho" é uma qualidade indesejada? Desde já, Tarsem Singh faz também uma das cenas imortais dos efeitos 3-D: a em que Teseu lança quatro flechas quase simultâneas com o mágico arco de Épiro.
domingo, agosto 11, 2013
Pequenos espiões 4
sábado, agosto 10, 2013
Outros mundos
Todo mundo quase morto
Todo mundo quase morto é uma divertidíssima "comédia romântica" que conta a saga de Shaun (Simon Pegg, corroteirista do filme), jovem cujo relacionamento com Liz está a perigo por um singelo motivo: o pub Winchester. Explico. O mancebo só leva a garota sempre ao mesmo lugar na noite londrina, na companhia do amigo loser, que mais parece um morto-vivo. Ela sente falta de jantar fora. Ele promete mudar. Essa história é contada até os trinta minutos, enquanto no background coisas bizarras acontecem na capital inglesa. O espectador percebe que algo muito, muito estranho se desenrola, embora, aparentemente, Shaun e seu amigo não percebam. O único líquido vermelho que surge nessa espirituosa fase introdutória é a tinta que vaza no bolso de Shaun, que trabalha como vendedor em uma loja, ocasião em que recebe a visita do padrasto, cobrando de Shaun uma visita à mãe no aniversário dela.
A partir dos 30 minutos, porém, o inicial déficit sanguinolento será sobejamente compensado, afinal de contas, essa comédia romântica tem como cenário uma Londres não apenas metaforicamente dominada por humanos vazios e catatônicos – e sedentos de sangue. Tanto que o recorrente bordão “You’ve got red on you” acaba se tornando uma piada interna – e uma das frases cultuadas do filme de Edgar Wright (também roteirista de As aventuras de Tintim junto com Joe Cornish, o diretor de Ataque ao prédio). Britanicamente a dupla de amigos combate os retornados sem armas de fogo: Shaun usa um taco de críquete para abater os cambaleantes mortos-vivos. O poder de fogo só aumenta na sequência final (quando ironicamente um grupo de humanos não infectados se refugia justamente no pub Winchester) e justamente uma winchester é utilizada contra os zumbis. Tem muita coisa nesse filme a ser debatida num pub entre pessoas que curtem gore e cultuam os filmes de George Romero e quejandos. Uma delas é o constante encontro de Shaun com Yvonne, moça que o espectador supõe ter uma queda por ele, e que serviria como “prêmio de consolação”, caso Liz realmente der o fora nele. Quem vai ficar com Shaun? Descubra você mesmo.
O Besouro Verde
domingo, agosto 04, 2013
Meus amigos dinossauros
O fato de Dino Time (Meus amigos dinossauros, 2012) não ter sido lançado nos cinemas mundiais demonstra o atual patamar da animação, em termos de quantidade e qualidade. Nesse cenário de acirrada competição, mesmo um filme com as vozes dos irmãos Baldwin, Jane Lynch e Melanie Griffith (que dubla Tyra, a mamãe tiranossaura que adota filhotes humanos) acabou relegado a segundo plano. Não entrou nos cinemas no circuito internacional e teve de se contentar com uma carreira “apenas” nas locadoras. “Apenas” entre aspas porque quem sai ganhando com essa fartura de opções é o público do 3-D doméstico. Mas, diga-se de passagem, a fartura também exige pais mais informados, para uma escolha não impulsiva. Aí vai a informação útil: Meus amigos dinossauros vale a locação, sem dúvida. Roteiro bem amarrado que brinca com conceitos explorados por H. G. Wells em A máquina do tempo. As crianças Ernie, Max e Julia acidentalmente acionam a máquina do tempo fabricada pelo Dr. Santiago (pai de Max), que, com a ajuda de Sue (mãe de Ernie e Julia), tenta resgatar o trio viajante no tempo das garras (e dentes) dos ferozes sarcossauros. Como em outras produções de menor orçamento, esta coprodução da Coreia do Sul e dos EUA, dirigida por Yoon-Suk Choi e John Kafka, apresenta um discreto uso do 3-D, agindo mais em termos de profundidade do que saltando para fora da tela (como no menu do filme).
domingo, julho 28, 2013
Ataque ao prédio
Estreia como diretor do britânico Joe Cornish, habitual colaborador de Edgar Wright (autor do cultuado Todo mundo quase morto). A dupla também é conhecida por assinar o roteiro de As aventuras de Tintim e fazer Hergé se revirar na cova. Neste alternativo Ataque ao prédio, uma gangue de pivetes e uma enfermeira se veem no claustrofóbico cenário de um bloco habitacional, cercados por toscas criaturas alienígenas que misteriosamente perseguem o grupo. Com baixo orçamento, Cornish cria suspense mesclando aventura à Goonies/Gremlins com o típico e irônico humor britânico e conseguindo agradar um público-alvo com o mesmo perfil de Ataque ao prédio: bem-humorado e que não se leva muito a sério.
Ferrugem e osso
Turbo
Certas matinês são inesquecíveis para certas famílias. Matinês em que toda a família vai e que ficam marcadas para sempre. Na minha infância, a matinê inesquecível foi a de Super-Homem de Richard Donner no cine Brasília de Carazinho. A fila para entrar dava volta na quadra e, com meus pais e irmãos, guardei na retina as aventuras de Clark Kent (Christopher Reeve).
No século XXI, a sessão inesquecível de um novo núcleo familiar aconteceu no charmoso cine Roxy, no também charmoso bairro de Copacabana. O filme: Turbo 3-D. A família gaúcha se deleitou com a animação da DreamWorks cujo inesperado protagonista é Theo, caracol com o inusitado sonho de participar do mundo do automobilismo, mais exatamente, o da Fórmula Indy.
Mesmo
convivendo com a dura realidade de um canteiro onde todos os dias os caracóis locais
sofrem o ataque de pássaros e de um pestinha que adora atropelar caracóis
e outros bichinhos com seu triciclo, o inconformado e sonhador Théo
treina nas horas vagas para diminuir o seu tempo e ficar mais veloz (ou menos lento). O destino do molusco gastrópode vai se alterar por
dois acasos do destino: uma radical experiência sensorial na qual Théo
adquire poderes inimagináveis e o contato com um ser humano tão sonhador quanto ele.
Turbo mostra que com perseverança e bons amigos todos os sonhos podem ser alcançados.
Falando em matinês...
sexta-feira, julho 26, 2013
Meu malvado favorito 2
sábado, julho 13, 2013
Manda-chuva, o filme
As aventuras de Tadeo
A película obteve sucesso comercial em todo o mundo. Liderou por várias semanas a lista de filmes com mais espectadores na Espanha, tornando-se a animação espanhola de maior bilheteria de todos os tempos. Chegou ao top 5 na China e ao top 3 na Coreia. Já está em produção a continuação, a ser lançada em 2015. Enrique Gato comprova a "face humana" da globalização 3D e demonstra que é possível fazer animação de excelente nível, tanto em termos de roteiro quanto de efeitos visuais, fora de Hollywood (embora nitidamente influenciado pela "meca do cinema").