Na matiné dum sábado qualquer, nas poltronas de um cinema simples de uma cidadezinha pacata, dois irmãos sentiram o medo de mergulhar no claustrofóbico universo da Nostromo. A experiência foi muito forte, e o menino mais novo teve de sair do cinema antes mesmo de John Hurt estrebuchar na mesa do refeitório, numa das cenas mais chocantes da história do cinema.
Em retrospectiva, é fácil de entender porque o filme de Ridley Scott foi alçado à condição de clássico, dando início a uma franquia das mais criativas: direção de primeira categoria, elenco de peso, produção requintada. Vamos esmiuçar cada um desses itens.
Direção de primeira categoria: Ridley já havia realizado Os duelistas, uma estreia mais do que promissora. Um filme de época com pinta de cult. Depois de mostrar seu cartão de visita, em Alien, seu segundo longa, Scott definitivamente confirmou as expectativas: caprichou em todos os detalhes para construir uma tensão pulsante e crescente. O começo do filme é cadenciado, não tem nada de vertiginoso. Existem poucas cenas de violência explícita. A sensação de terror e sufocamento é moldada pelo desconhecido, pelo que não é mostrado, apenas sugerido. Paulatinamente, a história se desenrola, funcionando como espécie de conto fantástico digno de um Lovecraft, uma tripulação mínima envolvida num pesadelo por conta de uma macabra trama de interesses gananciosos da Companhia, a empresa dona da nave. É um dos orgulhos de minha vida de cinéfilo ter me tornado fã desse diretor, que entra fácil na minha lista de top ten diretores vivos (e bem vivos, pois acaba de lançar Perdido em Marte). Sua filmografia mantém um padrão admirável, de Blade Runner (1982) a Gladiador (2000), de Thelma e Louise (1992) a Um bom ano (2006), de Falcão Negro em perigo (2001) a Prometheus (2012).
Em retrospectiva, é fácil de entender porque o filme de Ridley Scott foi alçado à condição de clássico, dando início a uma franquia das mais criativas: direção de primeira categoria, elenco de peso, produção requintada. Vamos esmiuçar cada um desses itens.
Direção de primeira categoria: Ridley já havia realizado Os duelistas, uma estreia mais do que promissora. Um filme de época com pinta de cult. Depois de mostrar seu cartão de visita, em Alien, seu segundo longa, Scott definitivamente confirmou as expectativas: caprichou em todos os detalhes para construir uma tensão pulsante e crescente. O começo do filme é cadenciado, não tem nada de vertiginoso. Existem poucas cenas de violência explícita. A sensação de terror e sufocamento é moldada pelo desconhecido, pelo que não é mostrado, apenas sugerido. Paulatinamente, a história se desenrola, funcionando como espécie de conto fantástico digno de um Lovecraft, uma tripulação mínima envolvida num pesadelo por conta de uma macabra trama de interesses gananciosos da Companhia, a empresa dona da nave. É um dos orgulhos de minha vida de cinéfilo ter me tornado fã desse diretor, que entra fácil na minha lista de top ten diretores vivos (e bem vivos, pois acaba de lançar Perdido em Marte). Sua filmografia mantém um padrão admirável, de Blade Runner (1982) a Gladiador (2000), de Thelma e Louise (1992) a Um bom ano (2006), de Falcão Negro em perigo (2001) a Prometheus (2012).
Elenco de peso: além do olhar ortodoxo e ao mesmo tempo inovador de Scott, o cast de Alien não podia ser melhor. A tripulação conta com Tom Skerritt, Sigourney Weaver, Veronica Cartwright, Harry Dean Stanton, John Hurt, Ian Holm e Yaphet Kotto. Respectivamente, o capitão Dallas, a subtenente Ripley, a navegadora Lambert, o engenheiro auxiliar Brett, o imediato Kane, o oficial de ciências Ash e o engenheiro chefe Parker. Não vamos esquecer, é claro, do gatinho Jones. De antemão, todos sabiam que participariam numa espécie de Então não sobrou nenhum versão espacial. Uma hórrida narrativa numa nave mórbida na qual, um por um, quase todos os tripulantes seriam sacrificados. Com a diferença que os atores que encarnavam as vítimas já eram atores consumados, com carreiras ricas e prolíficas. À exceção, talvez, de Sigourney, que tinha experiência de teatro, mas praticamente estreava no cinema. Ela entrou justo no papel de Ripley, inicialmente pensado para Veronica Cartwright, que teve de se contentar com a Lambert. Outra substituição de última hora foi a entrada de John Hurt na vaga de Jon Finch, que adoeceu no primeiro dia das filmagens.
Produção requintada: dos storyboards de Ridley Scott, cujas naves e roupas espaciais remetiam a 2001: uma odisseia no espaço e já apresentavam influência de Star Wars, até a criatura e os cenários criados pelo artista H. R. Giger, tudo contribuiu para tornar verossímil um roteiro que havia sido exaustivamente trabalhado. Méritos a quem os merece: além de Dan O'Bannon e Donald Shusett, outras três pessoas acrescentaram muitas ideias ao roteiro, inclusive todo o lance que envolve o personagem Ash, e o fato de o filme ter uma heroína. Os nomes definitivos dos personagens foram criados por esse trio. Eles são: Walter Hill, David Giler e Gordon Carroll. Foram eles também que escolheram Ridley Scott para encabeçar o projeto. Por sua vez, O'Bannon convidou artistas de dois outros projetos em que ele estivera envolvido (o filme Dark Star de John Carpenter e Dune, projeto abortado de Alejandro Jodorowsky) para colaborar no processo criativo. Todo esse esforço colaborativo e esse cuidado com os detalhes resultou numa legião de fãs e na conquista de várias gerações de cinéfilos.
Recentemente, a Editora Aleph publicou uma nova tradução da novelização, escrita por Alan Dean Foster.
Para quem quiser saber mais sobre o assunto, com uma espécie de resenha da obra, em meu outro blog sobre minhas traduções e revisões.
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