O moscovita Genndy Tartakovsky tem uma trajetória curiosa no mundo da animação. Veio da Rússia aos 7 anos para viver o American way of life, mas sempre se sentiu um estranho no ninho. Só começou a se livrar da sensação de ser um estrangeiro quando passou a estudar animação e cinema, e logo se enturmou com almas gêmeas do ramo. Na faculdade criou um filme que se tornaria a inspiração para o futuro desenho animado O laboratório de Dexter, produzido pela Hanna Barbera para o Cartoon Network, na qual atuou como roteirista e diretor de 1996 a 1999. Depois disso, colocou no currículo a participação em outras franquias/séries animadas produzidas para a televisão, como Meninas Superpoderosas e Star Wars: Guerras Clônicas. O salto na carreira da tevê para o cinema aconteceu primordialmente com Hotel Transilvânia (vide o post http://olharcinefilo.blogspot.com.br/2012/10/hotel-transilvania.html), que conquistou muitos fãs mundo afora.
Fãs que fielmente compareceram em massa para conferir a continuação, cuja sinopse seria: Drac, no primeiro filme, o pai superprotetor de Mavis, agora se torna um avô obcecado em fazer do neto Denis um monstro e corre contra o tempo, pois os caninos de vampiro precisam aparecer até o guri completar 5 anos; para isso, o vovô aproveita um fim de semana para tentar levar o neto para "o bom caminho", com a ajuda da horri(deso)pilante trupe Múmia, Homem Invisível, Lobisomem, Frank e a bolha verde Blobby.
Não vou aqui fazer comparações entre os dois filmes, mesmo porque, quase sempre, o segundo traz menos novidades e precisa superar um padrão já estabelecido. O fato é que algumas ideias fazem de Hotel Transilvânia 2 um filme que se sustenta por si só. Essas ideias incluem a mania com a interatividade e com a instantaneidade (postagem de selfies e vídeos na internet), a insensibilidade das novas gerações com os monstros, ou, em outras palavras, a baixa "assustabilidade" que os monstros clássicos desfrutam atualmente. Outro trunfo do filme é a inclusão do rabugento Vlad, o pai de Drac (dublado em inglês por Mel Brooks). A partir da entrada do bisavô, Hotel Transilvânia 2 aproveita a deixa para abordar, de forma bem-humorada, complexas relações familiares, expectativas quanto a netos e bisnetos, e como, às vezes, os pais ficam meio anestesiados e "de mãos atadas" em meio à tanta ansiedade.
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