sexta-feira, dezembro 22, 2017

Star Wars: Os Últimos Jedi



Como preâmbulo deste post, mais uma de minhas constatações tardias:


Embora já sedimentado no cânone brasileiro, o título O Retorno de Jedi não faz sentido. O original é Return of the Jedi. Não estamos falando do retorno de um Jedi qualquer, e sim de um Jedi específico. Além disso, como sabemos, Jedi não é o nome de uma pessoa.  Portanto, a escolha da preposição "de" foi equivocada. Pelo contexto, o título mais adequado seria O Retorno do Jedi.


***

Depois dessa breve introdução sobre as sutilezas da linguagem, vamos ao comentário sobre Rian Johnson.

Sim, não vou comentar o filme, para não cometer spoilers.

Em vez disso, vou resumir o perfil do diretor.

Graduou-se em Artes Cinemáticas em 1996 pela Universidade of Southern California.

O curta Evil Demon Golfball from Hell, realizado nessa época, teve o roteiro inspirado por um conto de Edgar Alan Poe, O coração denunciador (The Tell-Tale Heart).

A estreia na direção de longas-metragens foi com A ponta de um crime (Brick, 2005), um filme noir ao estilo da literatura de Dashiell Hammett.

O segundo longa, Vigaristas (The Brothers Bloom, 2008), é um misto de policial e comédia sobre dois irmãos órfãos que se tornam malfeitores.

Sempre assinando roteiro e direção, Johnson entrou no radar para valer com o terceiro filme, Looper (2012), um policial futurista.

Como destaques em seu currículo também aparecem os três episódios que ele dirigiu no seriado Breaking Bad: Fly na 3ª temporada), e Fifty-One e Ozymandias na 5ª temporada. Ao contrário do que aconteceu nos filmes, ele não assinou o roteiro desses episódios.

O próximo grande passo de Rian Johnson está em cartaz no mundo inteiro, em salas de IMAX, em 3-D, 2-D, dublado e legendado em centenas de idiomas.

Não apenas por seus méritos, Rian Johnson está recebendo a atenção do mundo inteiro. Coube-lhe a desafiadora, porém gratificante tarefa de escrever o roteiro e dirigir o Episódio 8 da franquia Star Wars.

Ou seja, colocou o seu talento a serviço da indústria.

Volta e meia, diretores ambiciosos e promissores fazem isso, apostando que um dia poderão fazer "the other way around": colocar a indústria a serviço de seu talento, coisa que poucos cineastas alcançam.

O que nos leva a suscitar a pertinente pergunta: até que ponto um diretor/roteirista consegue "imprimir sua marca" num projeto desta natureza, que precisa seguir certos moldes, respeitar um estilo, levar em conta um conjunto enorme de informações prévias e a necessidade de agradar aos exigentes críticos de cinema e os talvez ainda mais exigentes fãs da franquia?

Johnson agarrou a oportunidade com unhas e dentes e fez um trabalho visualmente impecável, com cenas de extrema contundência estética, em especial, no eficiente 3-D do formato IMAX.

Um de seus recursos foi o amplo uso de closes nos rostos dos personagens em momentos chave, com a tela sendo preenchida com os olhares expressivos de Luke Skywalker, Finn, Rey, Kylo Ren, Leia, entre outros.

A atriz Laura Dern dá as caras na pele da vice-almirante Holdo, fiel às ordens de Leia, que bate de frente com a impulsividade de Poe, o rebelde piloto de X-Wing.

Mas é Benicio Del Toro que faz seu show à parte encarnando o carismático mercenário e decodificador DJ.



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