sábado, setembro 28, 2019

James e o pêssego gigante

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O diretor Henry Selick adaptou a obra de Roald Dahl para realizar uma pequena obra-prima da fantasia. Antes de mais nada, quem é Henry Selick? Um especialista em stop-motion que gosta de colaborar em projetos de Tim Burton. O primeiro filme que fizeram juntos foi O estranho mundo de Jack (The Nightmare Before Christmas, 1993). E o segundo foi justamente James e o pêssego gigante (James and the Giant Peach, 1996), um sucesso de crítica e público.

A carreira de Selick foi um pouco prejudicada pela recepção do terceiro filme, Monkeybone - no limite da imaginação. Depois Selick ajudou Wes Anderson na animação em stop-motion do filme A vida marinha com Steve Zissou, de 2004.


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Em 2005, Selick realizou Moongirl, seu primeiro curta-metragem de animação por computador, e abiscoitou vários prêmios. Em 2009, voltou à carga com Coraline, adaptação do livro de Neil Gaiman. A técnica usada foi o stop-motion estereoscópico, ou seja, 3-D.

Por sua vez, Roald Dahl (1916-1990) é um autor emblemático da literatura infantojuvenil britânica do séc. XX. Eu diria que Roald Dahl está para as crianças britânicas como Monteiro Lobato está para as crianças brasileiras. Nascido no País de Gales, conquistou os leitores da Grã-Bretanha e do mundo com suas histórias fantásticas, muitas das quais já foram adaptadas para o cinema. A fantástica fábrica de chocolate, O Bom Gigante Amigo, Matilda, O fantástico Sr. Raposo e James e o pêssego gigante estão entre os títulos de sua autoria.
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Quando eu tive a honra de realizar a Oficina de Tradução Literária de Beatriz Viégas-Faria, grande tradutora shakespeariana da L&PM, um dos exercícios foi traduzir o texto "The enormous crocodile", de Roald Dahl. A experiência permitiu aos aprendizes dar asas à imaginação para tentar fazer jus às estratégias linguísticas de Dahl, com aliterações, brincadeiras sonoras, trocadilhos, etc. O estilo de seu texto exige que o tradutor procure não só o significado, mas também a forma, pois no caso de Roald Dahl, e de outros grandes escritores, a forma está a serviço da função.

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E o que dizer do filme James e o pêssego gigante

É uma ótima pedida para sair da mesmice e proporcionar aos filhos uma sessão divertida e repleta de intertextos. Uma das coisas mais legais é a estrutura do filme. Começa em live action, depois transmigra para stop-motion até que, no epílogo, volta a ser live action.


O stop-motion é utilizado justamente quando o elemento fantástico se torna mais pulsante, na parte da travessia oceânica, em que James trava contato com novos e estranhos amigos.

Os intertextos? Achei semelhanças entre a história de James Henry Trotter e a de Harry Potter. Não estou dizendo que J. K. Rowling se inspirou em Roald Dahl, longe disso. Seja como for, a literatura é um eterno reciclar de ideias e reaproveitar de elementos. Tanto James quanto Harry sofrem nas mãos de parentes nas casas onde moram. Tanto James quanto Harry têm suas vidas modificadas pela magia.

Meus filhos de 7 e 11 anos curtiram a sessão em plena sexta-feira à noite. A metragem de 1h19 minutos permite iniciar a sessão às 19h30 e terminar antes das 21h.

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Este artigo traz sete suculentas curiosidades envolvendo a produção do filme.


 Então anote na agenda e aproveite que este clássico do stop-motion está "disponível na Netflix". Em se tratando de infantojuvenis, é um dos melhores no catálogo atual, junto com A ganha-pão (aguarde comentário em breve).

Em tempo: corre o boato de que a refilmagem de James e o pêssego gigante em live action agora vai sair do papel. Em 2016, o diretor Sam Mendes estava sendo cogitado para dirigir o filme, mas ele se afastou do projeto, que contaria com roteiro de Nick Hornby. Será que agora vai? Quem viver, verá!


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