quinta-feira, novembro 19, 2020

Duelo de titãs

 Remember the Titans (2000) conta a história de como um treinador de futebol americano de etnia afro levou um time de jogadores brancos e negros da cidade de Alexandria, Virgínia, à conquista do campeonato estadual.


O roteirista Gregory Allen Howard conta nos extras que teve o lampejo para buscar a história enquanto cortava o cabelo numa barbearia, e ouviu uma conversa sobre um time que ninguém esqueceu na cidade, um time que foi campeão estadual em 1971 e, de quebra, mudou o ponto de vista dos habitantes sobre a integração racial nas escolas.


Coprodução da Disney e Jerry Bruckheimer, Duelo de titãs tem no elenco o seu trunfo. Encabeçado por Denzel Washington no papel de Herman Boone, tem como coadjuvante Will Patton como Bill Yoast, o técnico branco que é destituído do cargo para a entrada de Boone. Em vez de sair ele resolve ficar como auxiliar e técnico da defesa. 
Os próprios Herman Boone e Bill Yoast colaboraram nas filmagens como consultores e mostram nos extras que sua amizade perdurou no tempo. Um time de atores jovens colabora para o sucesso do filme: Wood Harris, Ryan Hurst e, é claro, Ryan Gosling, cuja carreira decolou na sequência, embora o seu papel neste filme não tenha tanto destaque. Este é o segundo longa-metragem do astro de Drive, Blade Runner 2049, La La Land e O primeiro homem, entre outros sucessos. A sua estreia foi em 1996 no filme Frankenstein: o sonho não acabou.


Abordando temas importantes como as tensões raciais que infelizmente também ainda perduram nos EUA, o combate ao racismo, o convite à integração racial verdadeira, sem preconceitos, o efeito transformador da liderança e do esporte, Duelo de titãs é um filme que marcou época e pode ser assistido ainda hoje pela atualidade de seus temas. 



quarta-feira, novembro 11, 2020

The Young Vagabond


Quis mostrar ao meu filho de 8 anos o quanto um filme de kung-fu pode ser divertido.

Fiz uma busca na Netflix com a expressão 

"Kung-fu" 

e apareceram vários filmes de Hong Kong de décadas passadas.

Pândego como ele é, um título logo despertou a sua curiosidade:

The Young Vagabond.




Em suma, foi ele quem escolheu o filme.

Começamos a assistir e foi uma risada após a outra.

Decididamente uma comédia, e das boas!

Mas eis que o filme dá uma súbita guinada para o macabro.

A impressão que se tem é que os roteiristas também se deixaram levar pelo vinho,

bebida preferida do personagem principal.


Não tentei (nem teria conseguido) explicar para o meu filho porque um filme que começou como comédia terminou de modo tão violento.

Em geral, a vingança é um dos leitmotivs desse tipo de filme,

e The Young Vagabond

que tem cenas engraçadíssimas de 

futebol,

salas de aula,

lutas à toa,

tem também as indefectíveis sequências de 

"mestre e aluno",

mortes por engano, 

perfídia, traição, conspiração,

e, é claro,

vingança a qualquer custo.

A sessão foi bastante didática no sentido de que nesse "gênero" não existem "subgêneros" definidos.

O espectador que assista por sua conta e risco e esteja preparado para guinadas ao longo do percurso.

Quando o tom cômico deu lugar ao tom mais sombrio, perguntei ao meu filho se ele gostaria de parar de ver.

Ele ficou ofendido e disse que claro que não.




 

terça-feira, novembro 03, 2020

Sem conexão






Apesar do título e de na superfície ser um mero slasher despretensioso, paradoxalmente, este é um belo filme sobre conexões.

A conexão do ser humano com a natureza.

A conexão humana com o insólito e com o inexplicado.

A conexão entre pessoas da mesma família.

A conexão entre almas gêmeas que se encontram na jornada.

A conexão que se busca e nunca se alcança.

A conexão do cinema trash com o cinema europeu, um belo filme de horror com pitadas filosóficas.




Conexões tateantes num mundo desconexo, distópico e diabólico...

O cinema polonês tem uma arraigada tradição nessas conexões.

Wajda, Kiéslowski, Agnieszka, Zulawski, Majewski, para citar apenas 5.

É muita tradição, é tradição que não acaba mais.

Por isso que se espera muito de filmes poloneses.

Sem conexão não decepciona os fãs do gore e não desonra a tradição polaca.

Bartosz M. Kowalski está construindo uma filmografia no mínimo digna de nota.

A propósito, o trailer de seu primeiro filme é







O farol




De tempos em tempos, escolho um diretor para cultuar.

Escolher talvez não seja o termo certo, já que esse processo não é algo 100% racional.

Um vínculo se cria quando a temática e a estética de um filme me surpreendem, instigam e emocionam.

Da conjunção desses 3 fatores brota uma admiração que me leva a buscar outros filmes do mesmo diretor e, filme após filme, a admiração se transforma em culto.

Vou dar três filmes como exemplo: Coração selvagem, Sociedade dos poetas mortos e Réquiem para um sonho.

David Lynch, Peter Weir e Darren Aronofsky. 

Nada mal para uma tríade, hein?



Com O farol de Robert Eggers essa conjunção de fatores bateu na trave.

Devo estar muito mais exigente e prevenido, com o tempo.

Eggers consegue unir muitas influências  para criar uma obra contundente e poderosa.

Estamos diante de um filme que desafia a estética usual, e o tema abordado dá muito pano pra manga.

Eu mesmo já escrevi um artigo comparando Diário do farol de Ubaldo com Os faroleiros de Lobato.

Por que Eggers não entrou de imediato na minha lista de diretores cult?





O farol surpreende, instiga, mas não emociona...

É uma relação apenas intelectual que se desdobra, pelo menos foi o que aconteceu comigo.

Por enquanto, o diretor entrou no meu radar, e aconselho a todos que gostam

de filmes diferentes e "cults" que procurem assistir a este filme.



Se Eggers não entrou ainda na minha lista de diretores cult, um efeito colateral está se processando, porém.

Quero muito assistir a seu primeiro filme, The Witch.






segunda-feira, novembro 02, 2020

OS 10 MELHORES STAND-UPS DA NETFLIX



10. MAURÍCIO MEIRELLES: LEVANDO O CAOS





9.  ILZA SHLESINGER: ELDER MILLENIAL



 

                                                  8. ALI WONG: BABY COBRA



                                                7. AFONSO PADILHA: ALMA DE POBRE



  6. EDDIE MURPHY: DELÍRIO



5. JEFF DUNHAM: BESIDE HIMSELF



4. JACK WHITEHALL: CHRISTMAS WITH MY FATHER





3. JOHN LEGUIZAMO: AMÉRICA LATINA PARA IMBECIS



2. ADAM SANDLER: 100% FRESH





1. RICHARD PRYOR: LIVE IN CONCERT