Vale a pena assistir a Bacurau por vários motivos.
1) Mostra paisagens (e obras de engenharia como a represa Gargalheiras, no RN) pouco conhecidas de nosso impressionante e maravilhoso Brasil. Talvez, não exatamente no "Oeste de Pernambuco".
2) É um filme que constrói o suspense paulatinamente, num crescendo, old school style. Não é do estilo "frenético".
3) Fisga o espectador por meio de pequenos ganchos, coisas bizarras que aparecem e vão acontecendo, aparentemente sem explicações lógicas.
4) Aos poucos, vai elucidando um a um desses mistérios, embora as explicações não sejam mastigadas e, às vezes, apenas sugeridas.
5) É uma distopia dirigida por uma dupla de cineastas brasileiros, que mescla experiência e juventude: Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. E, diga-se de passagem, a distopia em Bacurau me pareceu uma inusitada mescla de The Cars that Ate Paris (Peter Weir) com Death Race 2000 (Roger Corman).
6) Tem um elenco misto de brasileiros e estrangeiros (95% brasileiro) que se entrega à missão de dar verossimilhança à história. Os óbvios destaques são Sônia Braga como Domingas e Udo Kier como Michael. Mas tem muitas caras novas e promissoras.
7) Uma cena muito divertida que me fez dar risada. Qual? Se eu contar é spoiler.
8) Músicas escolhidas a dedo e impactantes.
9) Um violeiro gaiato (o.k., você venceu: ele que protagoniza a cena do item 7).
10) Suscita discussões, não morre ali mesmo, quando acaba. É provocativo. É polêmico. Já recebeu 5 estrelas e nenhuma estrela. Já foi acusado de ser a prova de nossa falta de inteligência. Já foi acusado de ser muito inteligente e de que seria melhor se fosse mais burro.
12) Last but not least, o filme foi agraciado com muitos prêmios importantes, o principal deles, o Prêmio do Júri do Festival de Cannes.
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