Lançado no Brasil com o esdrúxulo título Os pistoleiros da fronteira, este filme de Sergio Corbucci é o terceiro do diretor com Franco Nero no elenco.
O primeiro foi Django (1966) e o segundo, Il mercenario (Os violentos vão para o inferno, 1968).
Neste Compañeros (a.k.a. Vamos a matar, compañeros, 1970), Franco Nero é o "Sueco" Yodlaf Peterson, mercenário que cria uma improvável amizade e vira "buddy" de El Vasco (vivido com muito humor pelo ator cubano Tomás Milián), revolucionário mexicano. O filme tem como interesse romântico a bela Iris Berben, que dá vida à estudante idealista Lola.
Outra presença constante e importante no filme é o pegajoso refrão da música-tema. Diga-se de passagem, a envolvente trilha sonora é composta por ninguém menos que Enio Morricone.
Em essência, Compañeros involucra todas as ideias antifascistas e revolucionárias de Corbucci, que constrói, embora em tom de comédia, um filme de cunho filosófico e que dá margem a discussões.
O discurso do professor Santos (Fernando Rey) sobre violência em meio ao estarrecido grupo de guerrilheiros é uma sequência chave para entender o quanto há de conteúdo nesse filme aparentemente feito "apenas" para entreter.
É esse aspecto do cinema de Corbucci que Tarantino salienta em Django & Django (2022). Luca Rea, o diretor deste documentário disponível na Netflix, explica como foi o processo de elaborar o documentário e entrevistar Tarantino nesta reportagem.
Sob certos prismas, as divertidas peripécias de Os pistoleiros da fronteira (argh!) servem de prenúncio dos rumos que a carreira de Corbucci vai enveredar, a comédia, dirigindo filmes com a dupla de atores cômicos, Terence Hill e Bud Spencer.
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