sábado, julho 12, 2008

O escafandro e a borboleta


Estudo de Julian Schnabel sobre a necessidade humana de comunicar pensamentos de forma articulada. Podendo mover apenas um olho, Mathieu Amalric interpreta Jean-Dominique Bauby, redator de uma revista de moda que, aos quarenta e dois anos, tem um acidente vascular cerebral. O filme focaliza as sensações de Bauby no hospital, ao perceber sua situação desesperadora (compreende tudo o que se passa mas só consegue mover o olho esquerdo). Por exemplo, numa cena de puro terror, Jean-Do vê o seu olho direito sendo costurado por decisão do médico-chefe Dr. Lepage (Patrick Chesnais). Com a pertinácia da fonoaudióloga, Bauby aos poucos começa a expor o que pensa. Primeiro, piscando uma vez para dizer "sim" e duas vezes para dizer "não". Mais tarde, ao ver repetida uma seqüência das letras do alfabeto (a partir da letra de uso mais freqüente até a menos freqüente), piscando letra a letra para formar palavras e frases. O método, apesar de demorado, seria otimizado pelo treino e renderia - com a colaboração exaustiva de Claude (Anne Consigny) - um livro aclamado pela crítica. Entremeadas ao drama da recuperação atual, cenas ajudam a montar o passado da personagem, sua agitada vida profissional, seu relacionamento com o pai Papinou (Max von Sydow), o amor pelos filhos, a relação contraditória com a ex-mulher Celine e a paixão pela namorada Inès (Agatha de la Fontaine). São inúmeros os momentos tocantes do filme, mas gostaria de mencionar um: quando Inès liga ao hospital e a ex-mulher Celine (encarnada de modo inesquecível por Emanuelle Seigner) precisa intermediar a conversa.

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