terça-feira, maio 23, 2017

Minha mãe é uma peça 2

Maior bilheteria do cinema brasileiro (118 milhões de reais, com um orçamento de 8 milhões, sendo também provavelmente o mais lucrativo filme nacional da história) e quarto maior público da história do cinema brasileiro, Minha mãe é uma peça 2 reúne uma série de esquetes cuja protagonista é a já celebérrima Dona Hermínia, criação do ator e roteirista Paulo Gustavo.
A personagem, inspirada na mãe do ator e por ele interpretada, é desbocada e irreverente, mas tem uma ternura que conquista especialmente as mães, que se identificam com suas aventuras e desventuras.



Um detalhe geográfico contribui para o sucesso da personagem: o ponto de vista é de quem mora em Niterói, com cenas filmadas em locais bonitos, mas pouco conhecidos do público geral. Isso transmite autenticidade e veracidade a esta comédia de costumes, que, em última análise, não tem uma história.  
O que chama atenção é o fato de o filme não ter absolutamente uma linha narrativa. Existe uma mescla de temas, como a presença de D. Hermínia à frente de seu programa de tevê, o destino nem sempre ideal dos filhos, a relação com as irmãs e com a tia, a cantada do ex-marido, a visita do neto sapeca, os problemas com o síndico, etc.
Sob esse prisma, contribui para o sucesso artístico do filme a montagem ágil, que faz o filme andar, mesmo sem ter um grande fio condutor.


Haverá um terceiro filme da franquia?
Enquanto comemoram o merecido sucesso do filme, essa pergunta bem poderia gerar uma autocrítica construtiva aos roteiristas Fil Braz e Paulo Gustavo. É evidente que a personagem tem fôlego para prosseguir, mas seria interessante vê-la em situações que outros personagens e atores possam brilhar, numa história que tenha começo, meio e fim.


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