Maior bilheteria do cinema brasileiro (118 milhões de reais,
com um orçamento de 8 milhões, sendo também provavelmente o mais lucrativo filme nacional da
história) e quarto maior público da história do cinema brasileiro, Minha mãe é
uma peça 2 reúne uma série de esquetes cuja protagonista é a já celebérrima
Dona Hermínia, criação do ator e roteirista Paulo Gustavo.
A personagem, inspirada na mãe do ator e por ele
interpretada, é desbocada e irreverente, mas tem uma ternura que conquista
especialmente as mães, que se identificam com suas aventuras e desventuras.
Um detalhe geográfico contribui para o sucesso da
personagem: o ponto de vista é de quem mora em Niterói, com cenas filmadas em
locais bonitos, mas pouco conhecidos do público geral. Isso transmite autenticidade
e veracidade a esta comédia de costumes, que, em última análise, não tem uma
história.
O que chama atenção é o fato de o filme não ter absolutamente
uma linha narrativa. Existe uma mescla de temas, como a presença de D. Hermínia
à frente de seu programa de tevê, o destino nem sempre ideal dos filhos, a
relação com as irmãs e com a tia, a cantada do ex-marido, a visita do neto
sapeca, os problemas com o síndico, etc.
Sob esse prisma, contribui para o sucesso artístico do filme
a montagem ágil, que faz o filme andar, mesmo sem ter um grande fio condutor.
Haverá um terceiro filme da franquia?
Enquanto comemoram o merecido sucesso do filme, essa pergunta bem poderia gerar uma autocrítica construtiva aos roteiristas Fil Braz e Paulo Gustavo. É evidente que a personagem tem fôlego para prosseguir, mas seria
interessante vê-la em situações que outros personagens e atores possam brilhar,
numa história que tenha começo, meio e fim.
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