terça-feira, agosto 01, 2017
Em ritmo de fuga
Baby Driver, de Edgar Wright, é a antítese de Dunkirk. Os personagens têm nome (ou codinome) e outros sentimentos além daqueles motivados por instinto de sobrevivência, patriotismo e orgulho.
É um filme simples sobre a importância da música, da audição e do amor.
Também os realizadores não poderiam ser mais díspares: Edgar Wright é o despretensioso e bem-humorado responsável por filmes de orçamento relativamente baixo, à exceção deste Baby Driver, que conta com um elenco de atores mais conhecidos e até oscarizados, como Jamie Foxx e Kevin Spacey.
O roteiro do próprio Wright faz o espectador criar empatia com o protagonista. Ele se autodenomina Baby, e é um jovem com cicatrizes no rosto que sofre de um problema auditivo, um zumbido que não cessa. Por isso, escuta constantemente músicas em fones auriculares.
O background do personagem é contando em flashbacks, que mostram o relacionamento conturbado dos pais e o acidente que deixou o então menino com as sequelas físicas mencionadas. As sequelas
psicológicas? Essas, jamais cicatrizam.
O trabalho que Baby executa é dirigir. E no mundo da superespecialização, Baby tem a sua especialidade: dirigir carros em fuga para quadrilhas de assalto a banco.
Seu destino está inexoravelmente atrelado a Doc (Kevin Spacey), um figurão do mundo do crime que alicia Baby para fazer seus trabalhos sujos. Mas Baby está prestes a ficar quites com ele, e, assim, talvez libertar-se do jugo deste mafioso/fora-da-lei.
Nesse meio-tempo, Baby se apaixona pela garçonete Debora (Lily James), que inevitavelmente será envolvida no submundo.
Mas felizmente o casal de pombinhos não pretende ser uma nova versão de Bonnie & Clyde, nem dos doidos desvairados de Assassinos por natureza.
Ao contrário: Baby (Ansel Elgort) é um gentleman, um estranho no ninho com o coração selvagem. Não gosta de homicídios e se dedica a cuidar de Joseph, o seu tutor surdo e paralítico.
Após sua trilogia de sangue e sorvete (Todo mundo quase morto, Chumbo grosso e Heróis de ressaca), o diretor Edgar Wright começa uma ascensão irresistível aos blockbusters...
Espera-se que ele não deixe isso lhe subir à cabeça.
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