Enquanto Triplo X Reativado, o retorno de Xander Cage não é lançado, que tal esquentar as turbinas relembrando as ambíguas sensações obtidas no primeiro e saudoso filme com o herói?
Fui ver Triplo X na melhor das intenções. O objetivo era conferir os pontos positivos do filme de Rob Cohen, se porventura eles existissem.
Fui ver Triplo X na melhor das intenções. O objetivo era conferir os pontos positivos do filme de Rob Cohen, se porventura eles existissem.
As baixas expectativas não me
auxiliaram. O herói Xander Cage é pachorrento, escrachado e acachapante; a
heroína Yelena (Asia Argento), excitante, luxuriante e sexy; mas o roteiro é xenófobo,
desapaixonado e sem êxtases.
Russos anarquistas conspiram planos
terroristas na República Tcheca. Os americanos não sabem mais em que agentes
confiarem. Xander Cage é produtor e ator de vídeos de esportes radicais,
recrutado pelo agente da NSA, o sabichão Augustus Eugene Gibbons (ninguém menos que o sempiterno Samuel L. Jackson) por meio de chantagem.
As cenas de ação pretendem-se de
tirar o fôlego. Realmente, se o espectador respirar apenas quando coisas verossímeis
acontecem na tela, morrerá asfixiado. Xander salta de pontes em carros
roubados, desafia a gravidade em uma moto, usa uma bandeja como skate, escapa de uma avalanche em um snowboarding, explode com tudo e com todos, tudo ao som
de uma trilha maneira, entendeu a parada?
Mais incrível que o conjunto de
patacoadas de Vin Diesel é a tentativa de comparar seu personagem com 007. A comparação é um triplo vexame.
Bond é chique. Xander é xucro. Bond é charmoso. Xander, xaroposo. Bond usa a
cachola. Xander, a cara de tacho.
A melhor frase do filme é “As coisas
que faço pelo meu país”, que Vin Diesel, em uma interpretação digna do Xander
Frota, murmura ao entrar no quarto e se deparar com uma muchacha em trajes
sumários, surgida do nada especialmente para passar a noite com ele.
O que nos dá mais saudade de Bond,
que precisava usar inteligência e classe para seduzir as (até a metade do
filme) difíceis espiãs.
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