Tosco.
É o adjetivo que define melhor John Carpenter's The Thing, ou, conforme o imaginativo título nacional, O enigma do outro mundo.
Apesar de tosco, essencial.
Efeitos especiais, por exemplo, são da época em que usavam-se modelos, maquiagem, dublês, e nada era trabalhado em imagens digitais.
O nosso herói é o operador de helicóptero viciado em uísque (Kurt Russel) que trabalha numa estação científica da Antártica.
O filme começa com ação pura.
Um helicóptero persegue um cão que corre na neve.
Alguém tenta abater o cão que desesperadamente tenta escapar.
A cena praticamente inexplicável será explicada.
Pessoas praticamente vacinadas contra o pavor serão apavoradas.
Uma equipe inteira de cientistas, funcionários de apoio, gente preparada para tudo, será testada ao extremo em um ambiente inóspito.
E a palavra "testada" aqui não é metáfora.
Talvez a sequência mais emblemática do filme seja aquela em que os sobreviventes da equipe são submetidos a um teste para saber se estão ou não estão contaminados pelo imperceptível invasor.
Um por um, com terror nos olhos, cada integrante da equipe vai cortando a pele e deixa o sangue pingar na placa de petri.
Este artigo defende que The Thing de John Carpenter seria o "supremo" cult movie clássico.
Já este outro, mais realista, acompanha a mudança na forma como o filme vem sendo encarado ao longo dos anos, e, aos poucos, foi passando de "trash" a "clássico".
Um filme sem presença feminina.
Um filme sem amenidades.
Um filme tosco, mas essencial.
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