quinta-feira, setembro 13, 2018

Ilha dos cachorros


O novo filme de Wes Anderson foi realizado com a técnica de stop-motion. No Brasil, foi veiculado nos cinemas em cópias legendadas. Como diz Beatriz Fialho na Folha, não se trata de uma animação infantil, e sim de uma "alegoria bem-humorada de problemas sociopolíticos".

Nas férias de julho, eu fui assistir ao filme em companhia de meu filho de 10 anos. Ele é um menino que gosta de comer sushi e de ler mangás do Yokai-Watch, por isso, tem um apreço especial pela cultura do Japão.



A história de Ilha dos cachorros se passa em 2038 na terra do sol nascente. Todos os cachorros de uma cidade são exilados em uma ilha, inclusive Spots, o cãozinho de Atari.

O garoto decide resgatar o seu fiel amigo e vai até a ilha a bordo de um avião roubado. Lá conhece o rosnador Chefe, que passa a ajudá-lo na tarefa de procurar Spots.

Wes Anderson é um cineasta da estirpe de David Lynch e outros, que realizam poucos, mas significativos filmes. Ilha dos cachorros é apenas seu nono longa-metragem de uma carreira que inclui Os excêntricos Tenembaum, Viagem a Darjeeling e Moonrise Kingdom.

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Um dos temas preferidos de Anderson é a família, com seus valores e percalços. O diretor gosta de abordar e investigar os problemas familiares, ou esmiuçar grupos que se transformam numa "grande família". Vide Grande Hotel Budapeste e O fantástico Sr. Raposo. Em Ilha dos cachorros, as relações entre os cães da ilha e o menino Atari acabam se desenvolvendo para criar laços.

Ilha dos cachorros tem uma acidez permanente que impede o espectador de achar algo "cute" ou "bonitinho". O cinema de Anderson não é condescendente com a plateia. Assim, eu espero que meu filho sem se dar conta tenha dado um passo para moldar um olhar cinéfilo capaz de apreciar diferentes e ousadas manifestações artísticas.

Um intertexto inusitado: o gaúcho Jorge Furtado realizou em 1989 Ilha das flores. Aqui você encontra o texto do curta-metragem, que você pode conferir abaixo:



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