quarta-feira, março 25, 2020

A testemunha

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Existe algum filme que você possa rever e logo na primeira sequência sentir seus pelos se arrepiarem?

E deixar que esse prazer se repita ao longo da sessão em muitas cenas?

Existe algum filme que você conheça que tenha aventura, romance, suspense e drama?

Que misture os gêneros de um modo que beira a perfeição?

E de quebra faça

crítica social, 

crítica à corrupção, 

crítica ao preconceito contra membros de uma religião e seus costumes,

elogio à solidariedade,

elogio à coragem,

elogio à honra e aos valores humanos?

Esse filme existe para mim e chama-se A testemunha, do australiano Peter Weir.

Esse é o tipo de filme ideal para a quarentena. 

Que distraia e faça pensar, que suscite emoções à flor da pele.

Que lhe permita ser piegas o suficiente para verter lágrimas pela alegria de revisitar um filme que mora em seu coração.

Primeiro filme da "fase estadunidense" de Peter Weir (que chamou a atenção de Hollywood ao realizar filmes do calibre de O ano que vivemos em perigo, Gallipoli e Piquenique na montanha misteriosa), A testemunha tem como protagonista John Book, interpretado magistralmente (a seu modo inconfundível, que para alguns beira a canastrice, e para outros, é uma mescla de carisma e sex appeal) por Harrison Ford.

E em quais cenas voltei a me arrepiar?

São muitas.

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Aquela em que o Lukas Haas identifica o assassino é simplesmente cinema puro.

Nenhuma palavra é pronunciada, a câmera apenas acompanha o olhar de Harrison Ford que num vislumbre percebe a importância do que está acontecendo.

É nisso que A testemunha se sobressai: a maneira quase insana em que um diretor conseguiu unir o "lado comercial" com o "lado artístico".

Não é à toa que A testemunha é considerado um dos melhores e mais significativos filmes que Hollywood produziu na década de 1980.

O australiano Peter Weir é um realizador discreto, que faz seus filmes sem muito alarde, e, dizem os entendidos, não procura deixar "a sua marca registrada" em todos os filmes que faz. Isso não impede que o diretor tenha um ou outro "fã" perdido nesse mundo afora. A propósito, este artigo da IndieWire é uma boa introdução à filmografia deste grande diretor.






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