domingo, janeiro 10, 2021

Scanners: sua mente pode destruir

 

 Scanners - Vintage Movie Posters

David Cronenberg tem uma queda pela morbidez que me atrai. Filmes como A mosca, Gêmeos: mórbida semelhança e Na hora da zona morta (adaptação de Stephen King) funcionam até hoje. Sou do tipo de cinéfilo que pensa que filme bom não "envelhece".

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Scanners pertence à essa estirpe de filmes de Cronenberg cujo principal objetivo é fazer mergulhos nos mistérios do cérebro humano, investigações sobre a nossa natureza e os limites sensoriais.

O que torna o filme ainda muito atual é que os efeitos especiais, vanguardistas para a década de 80, hoje permanecem chocantes e verdadeiros.

Scanners: Mind and Matter | The Current | The Criterion Collection

Assim, a trama ganha verossimilhança, e Cronenberg deita e rola em suas viagens alucinógenas.

Além de ousado, um bom cineasta precisa ter "feeling" e acreditar em sua intuição. 

Assistiu ao filme e não gostou da sequência final.

O orçamento já estava estourado.

Mostrando perfeccionismo e coragem, o diretor canadense contratou um expert em efeitos e chamou os atores principais para refazer o final.

 Por sinal, Michael Ironside, um dos protagonistas, conta que ganhou uma ninharia para fazer o filme. Mas construiu um currículo para depois em Hollywood fazer o pé-de-meia.

Este filme de Cronenberg persiste em sua capacidade de nos fazer meditar sobre a força do pensamento.

vScanners (1981) directed by David Cronenberg • Reviews, film + cast •  Letterboxd

 

A cena mais representativa de Scanners é a que Darryl Revock (Ironside) explode o cérebro de um interlocutor diante de uma atônita, aturdida e acachapada plateia. 

Por essas e outras, o adjetivo "mind-blowing" cai como uma luva para descrever Scanners.

É um filme importante na vasta e um tanto irregular filmografia de Cronenberg, mas serviu para renovar minha admiração pelo trabalho do canadense.

Cogito até a hipótese de dar uma nova chance a outro filme dele (Naked Lunch), cuja sessão, num dia muito quente, numa sala sem ar condicionado, cometi a precipitação de abandonar.

Autoquestionar-se também pode ser "mind-blowing".  

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