domingo, janeiro 05, 2025

Zona de interesse x Triângulo da tristeza (Oscar x Cannes)




    Cinéfilo que se preze é cinéfilo que busca estar por dentro do melhor do cinema não só americano e brasileiro, mas mundial.

      Para essa tarefa, mantém em seu radar os filmes ganhadores de Oscar de Melhor Filme Internacional e da Palma de Ouro em Cannes. Manter no radar nem sempre significa ter acesso a esses filmes em salas de cinema, mas o prêmio de consolação é poder conferir mais tarde, em algumas das plataformas disponíveis.



É o caso do vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional de 2024, Zona de interesse, do britânico Jonathan Glazer, e do ganhador da Palma de Ouro de 2022, Triângulo da tristeza, do sueco Ruben Östlund.



Zona de interesse, Oscar de Melhor Filme Internacional

2023, o ano de ouro da atriz Sandra Hüller. De rosto desconhecido no mundo, protagonizou dois filmes que lhe deram extrema notoriedade, fama e reconhecimento.

De atriz underground a atriz mais badalada no ano.

É o dilema de Sandra.

Quis o destino que Jonathan Glazer e Justine Triet a chamassem para dois filmes que seriam agraciados com prêmios importantíssimos. 

O filme de Glazer é emblemático porque toca na ferida do holocausto de um modo diferente, abordando a rotina prosaica da família de um oficial de alta patente responsável por cuidar da parte operacional de um dos mais famosos campos de concentração, Auschwitz. 

O drama enfatiza a ironia da situação de uma família que finge ignorar as atrocidades que acontecem do outro lado do muro.

Tenho lá minhas dúvidas sobre uma parte do filme, que não posso contar, porque seria spoiler. Será que o filme não seria mais contundente sem aquele momento de quebra de paredes e paradigmas?

Jonathan Glazer, o diretor do filme não se omitiu na cerimônia do Oscar e em seu discurso de agradecimento quebrou o protocolo para tecer uma crítica ao governo de Israel e à matança de inocentes na Faixa de Gaza.




Triângulo da tristeza, Palma de Ouro em Cannes

A transformação de patriarcado em matriarcado, a migração do poder, a corrupção do ser humano são temas dessa fábula moderna que coloca um naufrágio provocado como elemento desencadeador dessas mudanças.

O sueco Östlund não é exatamente um novato em se tratando de premiações em Cannes, em 2017 já tinha levado a Palma de Ouro com o filme Square: a arte da discórdia, resenhado neste blog.

A principal característica do cinema de Ruben é ser provocador e tirar o espectador da zona de conforto.

Se a sua zona de interesse é sair de seu triângulo da tristeza, esses dois filmes são uma boa pedida.

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