sábado, outubro 21, 2017

Blade Runner 2049


A cena inicial de Blade Runner 2049, do diretor Denis Villeneuve, remete à cena inicial de Blade Runner (1982), do diretor Ridley Scott, que está na minha lista de Top Ten diretores em atividade. No cult de 1982, a tela mostra em close um olho aberto, no qual se reflete o caótico cenário futurístico em que androides precisam ser caçados. Na abertura da continuação, que tem Scott como produtor, e Ryan Gosling como protagonista, o diretor canadense Denis Villeneuve amarra os dois filmes separados por três décadas e meia. 




Outro ponto de ligação entre os dois filmes é o roteirista Hampton Fancher, coautor do roteiro do primeiro e também da continuação.

Junto com Harrison Ford, o roteirista é uma espécie de elo perdido com o clássico cult de 1982. Ele colaborou com Ridley Scott em 1982 e agora com Denis Villeneuve em 2017. Se existe uma forte coesão atmosférica nas duas obras a sua participação não pode ser subestimada.






Apesar das críticas positivas e da avidez dos fãs de Blade Runner, o filme não está indo bem nas bilheterias como se imaginava.

Seja como for, Denis Villeneuve (o diretor de Sicário, terra de ninguém e A chegada) fez de Blade Runner 2049 um filme em que a arte está quase sempre em primeiro plano. (Diga-se de passagem, algo que o Darren Aronofsky, de um modo bastante arriscado, também tentou fazer em mãe!.) 

Os produtores (entre eles, Ridley Scott, o diretor de Um bom ano, Alien e Alien: Covenant, entre outros) não economizaram no orçamento e deram liberdade criativa a um cineasta autoral, Denis Villeneuve. Ao que consta, quem assiste ao filme está vendo a "Director's Cut", diferentemente do primeiro, que Scott relançou 25 anos depois, remasterizado e abrindo margens para outras interpretações.


O relativo fracasso comercial de Blade Runner  2049 levanta questionamentos sobre sua metragem extensa e a falta de apelo às novas gerações, que não assistiram, nem querem assistir, ao primeiro filme.



Blade Runner 2049 - Cultura Projetada


A trilha de Vangelis, que pontua todo o primeiro filme, aparece sampleada em alguns pontos-chave da continuação. Principalmente, na cena mais bela. Não vou entrar em detalhes para que esse comentário não se torne um spoiler.

Alguém poderia considerar essa decisão um tanto manipuladora por parte dos realizadores, ou seja, querer direcionar a emoção do público, utilizando melodias que evocam uma cena, e, por conseguinte, as emoções suscitadas ao ver aquela cena.

Mas, afinal de contas, por que a gente vai ao cinema, se não é para se emocionar?

Para sentir o sangue pulsando nas veias?
As lágrimas enchendo os olhos?




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