sexta-feira, novembro 02, 2018

Intolerância




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Em 1916 chegou às telas dos cinemas um filme diferente de todos os outros já assistidos até então.




Após o grande sucesso comercial de O nascimento de uma nação, o cineasta David Wark Griffith levou a sua ousadia e sua capacidade às últimas consequências. Representar simultaneamente 4 histórias diferentes, mas unidas por um tema comum: a intolerância.




A queda da Babilônia em 539 a.C. A crucificação de Cristo. O massacre de São Bartolomeu em que os protestantes foram massacrados pelos católicos na França em 1572. No começo do século XX, um inocente condenado à forca. 

As quatro histórias são intercaladas por uma "deixa" cênica: a imagem azulada de uma moça balançando um berço.







O filme tem uma fotografia incrível, um grande dinamismo narrativo e deixa o melhor para o final, quando o ápice de cada uma das histórias se precipita numa sequência de imagens editadas de modo extremamente eficaz.

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Love's Struggle Throughout the Ages


Griffith é "racista"?


O amor pode suplantar a intolerância?


Combater a intolerância com mais intolerância é uma solução viável?


Ser intolerante à intolerância não é também um modo de intolerância?


Rotular uma pessoa para depreciar suas obras passadas e futuras não é uma das piores facetas da intolerância?


A intolerância é o cancro a ser extirpado.

É preciso tolerar.

Tolerância é a palavra de ordem.

Tolerar crônicas encharcadas de intolerância.

Tolerar artistas que incitam a intolerância.

Tolerar quem se acha superior por estar em cima do muro.

Tolerar quem se acha superior por estar em um dos polos.

Tolerar, tolerar, tolerar.



Com um tema cada vez mais atual, Intolerância  revolucionou a arte do cinema e merece ser visto por todo e qualquer ser humano que se considera um "cinéfilo".

Um cinéfilo que se considera tolerante, é claro.



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