Eu nunca fui lá muito chegado a musicais. Isso é um fato. Também é fato inegável que minha paixão pelo cinema e o aprofundamento dos interesses, entre eles, a história do Cinema e de prêmios como a Palma de Ouro e o Oscar, levaram-me a adotar outra postura em relação a este "gênero" de filme. Os guarda-chuvas do amor, filme de 1964 dirigido por Jacques Demi, foi um desses marcos na minha história de cinéfilo. Será que cresci, evoluí? O fato é que perdi o preconceito em relação a musicais. Tanto melhor. Seja como for, La la land transcende o para alguns famigerado "gênero". Lá pelas tantas, em La la land, eu simplesmente me esqueci que o filme era um "musical". E há muito tempo eu não saía do cinema em meio a uma comoção tão grande do público. As pessoas estavam com um brilho no olhar, o filme havia lhes tocado, provocado sorrisos, lágrimas, suspiros. Contar a sequência final seria um spoiler, mas há muito tempo um filme não deixa tanto o melhor para o fim quanto La la land. Quando Sebastian (Ryan Gosling) senta ao piano, com Mia (Emma Stone) na plateia, as duas plateias se emudecem. A plateia no filme e a plateia no cinema. As cenas desta sequência remetem a plateia do cinema a um estado de altíssima tensão emotiva, e, ao acender das luzes, é dessa tensão que, paulatinamente, o espectador tenta se recuperar, tentando absorver a catártica carga emocional. O diretor e roteirista Damien Chazelle (o realizador de Whiplash) é o autor da proeza: não é toda hora que vemos filmes desse naipe, que vale a pena rever e comentar.
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