Este é o terceiro post sobre a tríade de melhores filmes do diretor John Sturges. Os outros dois foram sobre Conspiração do silêncio e Sete homens e um destino.
FUGINDO DO INFERNO
Uma hora nas preliminares, uma hora na fuga e uma hora no destino dos fugitivos, mais ou menos. Assim se estrutura o filme de 172 minutos. É no terceiro ato que estão algumas das cenas clássicas, como a de McQueen saltando de moto a cerca de arame farpado na fronteira.
FUGINDO DO INFERNO
Neste filme, lançado em 1963, Sturges e seus roteiristas pegaram
uma história real, romancearam um pouco, criaram personagens que cativam o
público, escolheram locações onde os eventos realmente se passaram (em 1943, na
Alemanha, hoje território polonês) e pronto: três horas passam num piscar de
olhos.
Na
cartilha de Sturges, fazer um excelente filme de aventura requer umas regrinhas
básicas.
Regra número um: reunir um elenco fenomenal. Richard Attenborough, Steve
McQueen e James Garner. É mole ou quer mais? Que tal James Coburn, Donald
Pleasence e Charles Bronson?
Regra
número dois: escolha uma história que envolva o público. A fuga de um grupo de
oficiais aliados de um campo de concentração alemão, em 1943. Os personagens do
filme são fictícios, mas os detalhes da fuga são exatos.
Regra
número três: inclua no roteiro situações de muita ação, mas precedidas de
conteúdo, desenvolva os personagens, faça o público criar empatia com eles.
Regra
número quatro: boa música e boa montagem.
Nos comentários do DVD,
James Coburn e James Garner elogiam a habilidade de John Sturges em comandar a
equipe: não deixava nada mal explicado ou mal entendido. Nota-se pelas fotos
que o clima nas filmagens era bem descontraído.
Bem,
resta-me comentar algo sobre os personagens imortalizados no filme. Cada um tem
um drama pessoal que o espectador fica conhecendo. É justamente essa parte, a
construção dos personagens, o registro da amizade, que falta nos filmes de
guerra de hoje. Parece que as plateias de hoje se impacientam com dez minutos
sem um tiro, uma morte escabrosa, uma explosão.
Steve
McQueen é o capitão Virgil Hilts, o aviador americano que vive descumprindo as
normas e tentando escapar. Por conta disso, quase sempre está na “geladeira”,
espécie de solitária, onde seu único passatempo é arremessar a bola de beisebol
na parede.
O
comando da construção dos túneis é responsabilidade de Big X, interpretado por
Richard Attenborough. Para o sucesso da fuga, entretanto, é preciso saber a
posição do campo em relação à cidade mais próxima. Em resumo, um mapa das
cercanias. McQueen recebe a incumbência, porém só concorda depois de ver um
amigo sendo fuzilado e morto no arame farpado.
O
falsificador, o tenente Colin Blythe (vivido por Donald Pleasence), prepara
documentos para todos os 250 homens que pretendem fugir. Mas tem um problema
degenerativo de visão e só é autorizado a participar da fuga pela intervenção
do seu amigo, o tenente Bob Hendley (James Garner), que se compromete a
acompanhá-lo.
O personagem de James Garner é o cara que consegue os materiais e
equipamentos, é o “produtor executivo” da fuga. James Coburn é o aviador Louis
Sedwick, que inventa artefatos com os materiais solicitados a Garner.
Charles Bronson é o tenente Danny Velinski, o “rei dos túneis”, um cara que já
construiu dezesseis túneis, como forma de combater o mal de que sofre: a
claustrofobia.
Uma hora nas preliminares, uma hora na fuga e uma hora no destino dos fugitivos, mais ou menos. Assim se estrutura o filme de 172 minutos. É no terceiro ato que estão algumas das cenas clássicas, como a de McQueen saltando de moto a cerca de arame farpado na fronteira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é bem-vindo!