JOHN
STURGES, O MESTRE DA AÇÃO
Quem gosta de aventura deve procurar nas capas do filmes um nome: John Sturges. Basta uma rápida olhada no currículo do diretor norte-americano, falecido em 1992, para notar sua predileção pela aventura, seja embalada em formato de faroeste ou guerra: A fera do Forte Bravo (1953), Sem lei e sem alma (1957), Duelo de titãs (1959), Nas trilhas da aventura (1965), A hora da pistola (1967) e A águia pousou (1976), entre outros.
Pau para toda obra, Sturges era um talento à disposição da indústria, dificilmente dizia “não” aos produtores. Para um diretor com esse perfil, é incrível como a sua filmografia consegue manter, ao mesmo tempo, diversidade e coerência. Ele sabia como poucos administrar as vaidades, tinha um faro para as boas histórias e um jeito inconfundivelmente espartano de contá-las.
Pau para toda obra, Sturges era um talento à disposição da indústria, dificilmente dizia “não” aos produtores. Para um diretor com esse perfil, é incrível como a sua filmografia consegue manter, ao mesmo tempo, diversidade e coerência. Ele sabia como poucos administrar as vaidades, tinha um faro para as boas histórias e um jeito inconfundivelmente espartano de contá-las.
As
aberturas com panorâmicas, as trilhas sonoras de Elmer Bernstein, as histórias
repletas de suspense e ação, os personagens heroicos, mas humanos, as tomadas originais e surpreendentes, todos esses ingredientes compõem o multiestratificado tecido dos filmes de John Sturges.
Apesar de ter realizado grandes filmes, só em 2008 foi lançada uma biografia dele: Escape Artist: The Life and the Films of John Sturges.
Antes tarde do que nunca! E se você é cinéfilo, mas ainda não assistiu a nenhum filme de Sturges, antes tarde do que nunca.
Antes tarde do que nunca! E se você é cinéfilo, mas ainda não assistiu a nenhum filme de Sturges, antes tarde do que nunca.
Que tal começar pela sua tríade de melhores filmes, pelos quais Sturges sempre será lembrado e cultuado? Esses três filmes são, é claro:
CONSPIRAÇÃO DO SILÊNCIO (1955)
SETE HOMENS E UM DESTINO (1960)
FUGINDO DO INFERNO (1963)
CONSPIRAÇÃO DO SILÊNCIO (Bad Day at Black Rock)
Este filme de 1955 deu a Spencer Tracy o prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes. Ele é John Macreedy, um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial que chega de trem ao longínquo vilarejo de Black Rock e provoca alvoroço entre os desconfiados habitantes. John traz uma das mangas do paletó sempre no bolso, uma lembrança amarga de quem perdeu uma parte do braço na guerra.
Em
vez de ser recebido com hospitalidade (fazia vários anos que o trem não parava
naquela estação), os gatos pingados que habitam o local começam a hostilizá-lo,
não dando as informações de que ele precisa e fazendo de tudo para que ele desista
de sua empreitada. Até mesmo o balconista do hotel alega de modo surreal não ter quarto vago
para o forasteiro.
Mas
o nobre objetivo de sua incursão envolve encontrar um japonês radicado na
região, o Sr. Komoko, e o obstinado John Macreedy não vai desistir tão fácil. Um clima de
mistério, de algo oculto, paira no ar. Essa sensação permeia
a maior parte do filme e o alçou à condição de clássico cult. Claro
que o sucesso artístico do filme é o reflexo do elenco gabaritado:
Robert Ryan, que interpretava Reno Smith, o
líder local;
Walter Brennan, o veterinário, três Oscars de
Melhor Ator Coadjuvante;
Lee Marvin, um dos capangas de Reno, que
dez anos depois venceria o Oscar de Melhor
Ator por seu papel duplo em Dívida de
sangue (Cat Ballou);
Ernest Borgnine, Oscar de Melhor Ator por
Marty, também de 1955;
Anne Francis, que encarna a impetuosa Liz,
e que mais tarde na carreira seria reconhecida
com um Globo de Ouro de Melhor Atriz
como protagonista da série de televisão
Honey West.
Conspiração do silêncio entrou para a
história do cinema não só por ter sido
o primeiro filme a ser realizado
em Cinemascope,
mas principalmente pela ousada temática
social e algumas sequências antológicas,
como o embate entre os personagens de
Tracy e Borgnine.
Robert Ryan, que interpretava Reno Smith, o
líder local;
Walter Brennan, o veterinário, três Oscars de
Melhor Ator Coadjuvante;
Lee Marvin, um dos capangas de Reno, que
dez anos depois venceria o Oscar de Melhor
Ator por seu papel duplo em Dívida de
sangue (Cat Ballou);
Ernest Borgnine, Oscar de Melhor Ator por
Marty, também de 1955;
Anne Francis, que encarna a impetuosa Liz,
e que mais tarde na carreira seria reconhecida
com um Globo de Ouro de Melhor Atriz
como protagonista da série de televisão
Honey West.
Conspiração do silêncio entrou para a
história do cinema não só por ter sido
o primeiro filme a ser realizado
em Cinemascope,
mas principalmente pela ousada temática
social e algumas sequências antológicas,
como o embate entre os personagens de
Tracy e Borgnine.
Este
é o primeiro de três posts da Tríade de Melhores Filmes de John Sturges. O próximo post da série será dedicado ao inesquecível western Sete homens e um destino.
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