Este é o segundo post de
uma série de três sobre a obra do diretor estadunidense John Sturges.
Uma das inesquecíveis sequências de Sete homens e um destino (1960) envolve um impasse. O dono da funerária está se negando a enterrar um homem, apesar das despesas terem sido pagas por um caixeiro-viajante, que, aliás, nem conhecia o falecido. O motivo? O senhor que faleceu era afrodescendente. O empresário fúnebre alega que sofreu ameaças e que o cocheiro também está com medo das represálias.
Escutando
a conversa, um forasteiro vestido todo de preto se oferece para conduzir a
carruagem rumo ao cemitério local. Chris Adams sobe à boleia, enquanto outro
corajoso vaqueiro, Vin, também se voluntaria para ajudar, fazendo a escolta.
Ele se coloca ao lado de Chris, e o cortejo fúnebre enfim parte, seguido por
muitos curiosos, ansiosos para ver o circo pegar fogo, ou seja, presenciar o
inadiável e inevitável confronto entre os dois destemidos forasteiros e o grupo
de preconceituosos moradores.
Por mais singela que
pareça essa premissa, resultou numa das cenas mais emblemáticas e antirracistas
da história do cinema.
E também uma das mais
trepidantes.
Assistem à cena
embasbacados três camponeses mexicanos que vieram à cidade à procura de armas
para se livrarem da perseguição do temido Calvera e seu bando de quarenta ladrões.
Mais tarde, o trio pede
ajuda a Chris, que sugere: é mais barato contratar pistoleiros do que comprar
armas. O resto dessa história você já deve saber, ou, se não souber, tem plenas
condições de imaginar.
O dvd traz como extra um
documentário com depoimentos de diretores que cultuam o filme, como John
Carpenter e Lawrence Kasdan, além das viúvas de Yul Brynner e Steve McQueen. A
atriz Rosenda Monteros, que deu vida à encantadora Petra, fala sobre a importância
de o filme ter sido realizado no México. Outras presenças no documentário são
Brad Dexter, que interpreta o sonhador Harry Luck, e Robert Vaughn, que encarna
o ambíguo Lee.
Nessa espécie de
'making-of a posteriori', o cinéfilo vai descobrir muitas curiosidades
sobre este clássico que também teve no elenco James Coburn (no papel de Britt,
especialista no arremesso do punhal) e Charles Bronson (como Bernardo, que faz
uma bonita amizade com três garotos do vilarejo). Também são entrevistados
Eli Wallach, o vilão Calvera, e Horst Buchholz, o ator alemão
que interpreta o conturbado Chico, o sétimo a ser
recrutado, num papel coadjuvante que, reza a lenda, Steve McQueen gostaria de
ter feito.
Na verdade, McQueen caiu
como uma luva no papel de Vin, o braço direito de Chris na dura empreitada de
tentar espantar o feroz bando de Calvera.
Este post não poderia
terminar sem mencionar Elmer Bernstein, o compositor da famosa trilha que
se tornou inspiração para muitos. E, é claro, realçar a importância de Yul
Brynner, o imponente ator que comprou os direitos de Os sete samurais,
de Akira Kurosawa, para protagonizar este remake que se tornou
um dos mais icônicos e divertidos westerns da história.
A propósito, aguarde em
breve o post sobre o remake do remake, ou
seja, a
nova versão de Sete
homens e um destino (2016) dirigida
por Antoine Fuqua e cujo elenco é encabeçado por Denzel Washington.
...excelente as 2 versões. Respeitando as diferenças de épocas das produções e tb.seus protagonistas. 10.
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